10.º Encontro Paranaense da Saúde marca 'reencontro' do setor

 28/09/2022


Décima edição do evento aconteceu entre os dias 21 e 23 de setembro no Expo Unimed, em Curitiba, reunindo 41 palestrantes, cerca de 40 instituições e quase 500 participantes


O 10.° Encontro Paranaense da Saúde, realizado entre os dias 21 e 23 de setembro no Expo Unimed, em Curitiba, significou para o setor do estado um “reencontro” após quase três anos sem eventos presenciais da Ahopar. Em três dias de atividades, 41 profissionais – entre palestrantes, moderadores e coordenadores – comandaram debates aprofundados sobre alguns dos temas mais importantes do atual cenário da Saúde. O evento contou com o apoio e o patrocínio de mais de 40 empresas e instituições, em sua maior parte presentes na Feira de Negócios – principal ponto de encontro dos quase 500 participantes do evento.

“Foram centenas de pessoas circulando no 10.º Encontro Paranaense da Saúde, gerando uma enorme troca de experiências e promovendo a proatividade”, avaliou o presidente da Ahopar, Flaviano Feu Ventorim. “O Encontro gerou, sobretudo, criação de conteúdo, que é o que mais desejávamos obter para injetar ânimo no setor de Saúde do Paraná. Esperamos, em 2023, fazer um evento ainda maior para seguir contribuindo cada vez mais para promover a saúde do cidadão paranaense”, disse.


Pré-evento e abertura

A programação da décima edição do evento começou com as atividades nas Salas Temáticas pré-evento na tarde do dia 21 de setembro. Centenas de participantes se dividiram nos painéis "O futuro da gestão de pessoas", "Inovação e seus reflexos jurídicos", "O hospital em evolução: uma visão legal e estrutural", "Qualidade e segurança assistencial" e "O protagonismo da TI na governança da informação". 

A abertura oficial, à noite, teve a presença de dirigentes e autoridades do segmento. Primeira a falar na cerimônia, a ex-presidente da Ahopar e integrante da atual diretoria da FBH Marcia Rangel de Abreu comemorou o retorno do evento após o período de desafios para o setor representado pela pandemia.


Marcia Rangel de Abreu, ex-presidente da Ahopar.


“Temos que tirar desse momento crucial também lições positivas. A pandemia nos deixou legados e mostrou ao nosso segmento a urgência de pautar o planejamento e a gestão de crises”, analisou Marcia, que liderou a organização do Encontro durante sua gestão à frente da Ahopar no triênio 2019–2022, encerrado em julho. “Agradeço aos diretores que me acompanharam nestes três difíceis anos e desejo sorte à nova diretoria.”

Flaviano Feu Ventorim, presidente da Ahopar para o triênio 2022–2025, ressaltou que o Encontro Paranaense da Saúde sublinha a missão específica da Ahopar – o desenvolvimento e o aprimoramento do setor por meio da promoção de conhecimento.


Flaviano Feu Ventorim, presidente da Ahopar.


O presidente explicou que a nova gestão da Associação quer direcioná-la para suas competências específicas, atuando de forma complementar às outras entidades do setor. “A nova diretoria assumiu a Ahopar com o intuito de vocacioná-la e dar a cada entidade seu próprio papel, para que, todas juntas, possam falar em nome da Saúde desse país”, disse.

Entidades e autoridades

A abertura também contou com a participação do presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) , Adelvânio Francisco Morato. O dirigente lembrou o papel crucial dos hospitais durante a pandemia e destacou a importância de entidades como a Ahopar, oferecendo apoio da Federação à nova diretoria.


Presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH) , Adelvânio Francisco Morato.


“O sindicalismo e o associativismo são extremamente importantes para a saúde”, disse Morato. “Tendo amplitude nacional, a FBH tem algo a oferecer em termos institucionais e de qualificação. Vamos trazer isso para o Paraná, de forma a contribuir para aprimorar a segurança do paciente”, disse.

O presidente da Fehospar, Rangel da Silva, comemorou a oportunidade propiciada pelo evento para reunir o setor, que considera ter se tornado mais unido nos últimos anos.


Rangel da Silva, presidente da Fehospar.


“Apesar das dificuldades, a pandemia fez com que nos aproximássemos e nos fortalecêssemos”, disse.

Também participaram da abertura o diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, Nestor Werner Junior, e a secretária Municipal de Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella Nadas.


Diretor-geral, da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, Nestor Werner Junior.

Secretária Municipal de Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella Nadas.


A palestra magna com Arthur Igreja abordou a inovação e a complementaridade da tecnologia, destacando a importância central das pessoas em sua implementação. “Essa é a reflexão que a pandemia deixa. Nós implementamos muitas coisas nesse período, mas estava tudo pronto. Nosso desafio é sempre ter essa mentalidade aberta para abraçar a inovação, a tecnologia e as novas possibilidades centrando sempre nas pessoas”, resumiu.


Arthur Igreja, responsável pela palestra magna do Encontro Paranaense da Saúde.


Dia 2

O segundo dia do 10° Encontro Paranaense da Saúde levou ao palco principal do Expo Unimed apresentações e discussões aprofundadas sobre abastecimento de equipamentos e insumos, a relação entre operadoras e prestadores de serviços de saúde, uso de dados e novas soluções para a linha de cuidado do paciente.


Abastecimento

A primeira fala foi de Henrique Sutton de Sousa Neves, diretor geral do Hospital Albert Einstein. O gestor falou sobre a experiência da instituição na pandemia e discutiu sobre como o sistema pode aprender com os erros e acertos frente à covid para responder com mais eficiência a novas emergências sanitárias.


Henrique Sutton de Sousa Neves, diretor geral do Hospital Albert Einstein.


“A integração entre o setor público e o privado se mostrou muito benéfica na pandemia”, disse, avaliando aspectos em que a resposta a emergências deve ser descentralizada (como aquisições e logística) ou centralizada (como o controle de estoques, o monitoramento da demanda e o estímulo à produção nacional de certos insumos). A mediação foi de Claudio Enrique Lubascher Astudillo, diretor geral do Hospital Santa Cruz e integrante das diretorias da Ahopar e do Sindipar.


Saúde suplementar

Em seguida, a mesa-redonda “Reconexão entre operadoras e prestadores” discutiu o relacionamento estratégico entre empresas de planos de saúde e hospitais. O debate reuniu Rached Hajar Traya, presidente da Unimed Curitiba, e a Diretora de Prestadores e Relacionamento da SulAmérica, Tereza Villas Boas Veloso; e, representando os hospitais, o presidente da Ahopar, Flaviano Feu Ventorim, com mediação da diretora da FBH, presidente do CBEXs Chapter Paraná e CEO da MR3 Assessoria e Consultoria Empresarial, Marcia Rangel.


A Diretora de Prestadores e Relacionamento da SulAmérica, Tereza Villas Boas Veloso.


“Para haver reconexão, o primeiro conceito a ser derrubado é o de trincheiras. Todos precisamos sentar à mesa para construir soluções sistêmicas que possam trazer sustentabilidade”, disse Traya. “Há muito tempo tentamos reconectar toda a cadeia, mas não conseguimos”, complementou Tereza Veloso, citando possíveis melhorias como a integração, a personalização e a digitalização da saúde.


Rached Traya (ao centro), presidente da Unimed Curitiba, com o presidente da Ahopar, Flaviano Ventorim (à esq.) e a ex-presidente da entidade, Marcia Rangel de Abreu.


Flaviano Ventorim apontou a necessidade de discutir um planejamento estratégico conjunto e aumentar a transparência e o compartilhamento de informações entre operadoras e prestadores. “Se não alinharmos nossos planejamentos, todos padeceremos do mesmo mal da alta de custos”, disse. Marcia Rangel lembrou que a reconexão pressupõe participação. “Precisamos dialogar, levantar dados e estabelecer a reconexão com base nessas informações”, disse.


Dados e interoperabilidade

Na primeira palestra da tarde, Jacques Chicourel Vaz, diretor de digital health da Siemens Healthineers no Brasil, falou sobre como a interoperabilidade de dados pode melhorar a experiência do paciente e as linhas de cuidado. A moderação foi do Gerente Médico do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dr. Gustavo Justo Schulz. Chicourel apresentou softwares e plataformas capazes de fornecer dados que podem aprimorar aspectos como a eficiência clínica, com resultados positivos como o crescimento do volume de pacientes e maior precisão de diagnóstico.


Jacques Chicourel Vaz, diretor de digital health da Siemens Healthineers.


Em seguida, o diretor executivo da Rede D’Or Gustavo Loubet Guimarães fez um relato sobre a experiência da empresa com a aplicação da interoperabilidade de dados na coordenação do cuidado. “Um dos principais desafios é levantar informações para definir a linha de cuidado”, contou, apresentando como case a experiência da rede com o programa Gestão Total da Saúde. “É um projeto visto como inovador”, relatou.


Diretor executivo da Rede D’Or Gustavo Loubet Guimarães.


Jantar

Ressaltando o caráter de união e confraternização do Encontro Paranaense da Saúde, a Ahopar reuniu na noite do segundo dia do evento associados, patrocinadores do evento e autoridades em um jantar no Radisson Hotel Curitiba.

Marcia Rangel e Flaviano Ventorim no jantar do Radisson. 


O evento contou com falas do médico Geci Labres de Souza Júnior, diretor superintendente do Complexo Hospitalar do Trabalhador, e de Antonio Carlos Muller Mello, diretor geral da Medicalway – principal patrocinadora do 10.º Encontro Paranaense da Saúde.


Dia 3


Transformação digital

O terceiro e último dia do evento foi aberto pela palestra de Cristiano Teodoro Russo – cofundador da AtendeDoc, presidente da Associação Brasileira de Startups de Saúde e apresentador de TV. O palestrante abordou o cenário de transformação digital e de investimentos em startups de saúde – as chamadas “healthtechs” –, apresentando empresas de destaque e casos de inovação tecnológica em frentes como a cirurgia robótica e a realidade virtual.


Cristiano Russo, cofundador da AtendeDoc e presidente da Associação Brasileira de Startups de Saúde, com Claudio Lubascher, diretor geral do Hospital Santa Cruz.


“A ideia foi mostrar casos que estão perto de nós, no Brasil”, disse, discutindo com o mediador, Claudio Lubascher, quais são os principais desafios para inovar, viabilizar novas ideias em saúde e acompanhar a evolução tecnológica. “Quem está avançando já soltou o freio de mão. Temos que tomar cuidado para não sermos atropelados”, alertou.

LGPD

Em seguida, o Coordenador Geral Jurídico da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Marcos Vinicius Ottoni, apresentou uma palestra sobre os impactos da LGPD no setor. O advogado abordou as adequações que devem ser feitas pelos hospitais e estabelecimentos de saúde na gestão de dados de pacientes para se adequarem à nova legislação, lembrando os riscos de autuação a partir da estruturação da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados).


À frente, o coordenador geral jurídico da CNSaúde, Marcos Ottoni, com Bruno Milano Centa (à esq.), sócio-fundador na Althaus Milano Sociedade de Advogados e assessor jurídico da Ahopar e Fehospar.


“Temos a necessidade imediata de adequação, orientação e treinamentos para evitar processos e transtornos e bem guardar os dados de pacientes, médicos e todos os demais atores das instituições”, comentou o mediador do painel, o advogado Bruno Milano Centa – sócio-fundador na Althaus Milano Sociedade de Advogados e assessor jurídico da Ahopar e Fehospar.


Judiciário

A penúltima palestra do dia foi ministrada pela juíza da 3ª Vara Federal de Curitiba Ana Carolina Morozowski, que discutiu a atuação do Judiciário durante as crises em saúde. A magistrada abordou alguns dos temas mais complexos do setor decididos cotidianamente por juízes – a exemplo dos critérios de triagem para alocação de leitos. A palestra também analisou o papel do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a pandemia.


Juíza da 3ª Vara Federal de Curitiba Ana Carolina Morozowski e Charles London, presidente da Femipa. 


“Ainda há muitos juízes que deferem tudo o que lhes é solicitado apenas com base na prescrição médica”, alertou. “Acredito que o Judiciário deve manter a tendência de decidir contrariamente às operadoras de saúde”, avaliou.


Diversidade

A programação foi finalizada com um painel sobre “Diversidade, equidade e inclusão nos serviços de saúde”, que reuniu a consultora em Gestão da Sustentabilidade, Diversidade e Inclusão do Serviço Social da Indústria (Sesi) no Paraná, Renata Fagundes Cunha, e a advogada Patrícia Dariane Camenar, do escritório Niwa & Advogados Associados.


A consultora em Gestão da Sustentabilidade, Diversidade e Inclusão do Serviço Social da Indústria (Sesi) no Paraná, Renata Fagundes Cunha.

Patrícia Dariane Camenar, do escritório Niwa & Advogados Associados.


As palestrantes discutiram o difícil desafio de efetivamente produzir a inclusão no mercado de trabalho e de equiparar salários tanto nas empresas de saúde quanto em outros setores. “Nosso país já evoluiu muito em termos de compreensão deste assunto”, disse Renata. “Mas os espaços de trabalho ainda precisam ser mais atrativos para essas pessoas. A inclusão exige intencionalidade”, avaliou.


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