30/03/2020
Um hospital da zona sul de São Paulo especializado no tratamento de idosos, reabilitação e cuidados paliativos, com base nas determinações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e atento ao noticiário, lançou um desafio para os seus funcionários: confinamento dentro do hospital até o dia 10 de maio.
Médicos, enfermeiros, psicólogos, seguranças, cozinheiras e até namorado de funcionária aceitaram o desafio. Dos 200 trabalhadores, 84 se colocaram a disposição, voluntariamente, a morar no hospital para evitar que o vírus da Covid-19 chegue aos pacientes em tratamento e também às famílias dos funcionários.
"Criamos um comitê de crise que está monitorando a pandemia, as iniciativas adotadas em outros países e sabemos que não há um protocolo, a melhor medida de enfrentamento é o isolamento", explica o superintendente do Hospital Premier, Samir Salman.
Ao acompanhar a situação em hospitais e clínicas no exterior, Samir entendeu que era o momento de tomar uma atitude drástica. "Vimos que em uma clínica que atendia idosos em Portugal das 20 pessoas dali, só sobrou um funcionário, percebemos que nossos pacientes, que estão no topo na lista de risco, e as pessoas que trabalham aqui, assim como os familiares, estão muito vulneráveis."
Todos foram chamados e a proposta foi bem aceita. O hospital passou por uma verdadeira operação de guerra. Mais de 90 camas foram compradas, andares remanejados para que as pessoas fiquem confortáveis durante esse período de quase dois meses — o confinamento começou na última quarta-feira (25).
Para atender a todos de uma maneira adequada, uma psicóloga acompanha a rotina de todos. Mesa de pingue-pongue, ginástica laboral e reiki são algumas das atividades propostas para as horas vagas. A ideia também é reduzir a jornada de trabalho de 12 horas para 8 horas, para que as pessoas tenham mais tempo para conversar com as famílias.
O mesmo cuidado vale para os pacientes. Aqueles que têm condições estão tomando banho de sol. E todos podem falar com os familiares via vídeo pelas redes sociais.
E algumas situações de solidariedade, como conta Samir, são interessantes. "O namorado de uma das funcionárias é chef de cozinha e ele preparou um jantar especial", conta. Médicos deixaram filhos pequenos em casa, de meses, para cuidar dos doentes.
"A generosidade das pessoas me emociona muito, diante de um drama que acomete todo o mundo estamos amadurecendo a consciência de esforço coletivo e de sacrifício também."
Fonte: noticias.r7.com
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Lincoln Vieira Magalhães
Presidente